A Associação de Municípios do Planalto Beirão prevê recolher, durante um ano, em 20 restaurantes e nas cantinas escolares de Vouzela 62 toneladas de biorresíduos para aumentar a sustentabilidade ambiental do concelho e reduzir despesas.

Segundo a estimativa da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB), durante um ano, em Vouzela, serão feitas 3.120 recolhas porta a porta num total de 62 toneladas de biorresíduos, indicou Sofia Figueiredo, representante da entidade.

Os números foram divulgados esta sexta-feira (21 de março) numa sessão de apresentação e esclarecimentos no Auditório 25 de Abril, em Vouzela, perante alunos do ensino profissional, diretores de agrupamentos, produtores e responsáveis da restauração.

Sob o lema “Sou resto, mas ainda presto”, o novo serviço de recolha porta a porta arranca no mês de maio, embora em Vouzela comece em junho, e até ao final do primeiro semestre deverá estar nos 19 municípios que integram a AMRPB, que investiu 3,5 milhões de euros, financiado por fundos comunitários.

Os contentores castanhos estarão em 20 restaurantes da área “mais urbana de Vouzela e que faz parte da rota” da recolha de resíduos da Planalto Beirão e ainda nas cantinas escolares do concelho.

Segundo Fábio Madeira, da AMRPB, os contentores estão “equipados com tecnologia que permite a sua georreferenciação, o tipo de biorresíduo que contém e monitorização do nível de enchimento para assim programar o dia e hora” de recolha.

Nos contentores castanhos devem ser depositados resíduos alimentares sólidos, restos de legumes, cascas de fruta, restos de carne ou peixe, ovos, restos de pão e bolos, borras de café e saquetas de chá.

“É um projeto essencial para o nosso futuro, para um concelho ambientalmente mais sustentável, mais responsável e com melhores práticas de gestão de resíduos e também com o objetivo de fazer diminuir a fatura dos resíduos que é muito elevada”, disse o presidente da Câmara de Vouzela, Carlos Oliveira.

Segundo dados do Município de Vouzela, a fatura anual de resíduos a pagar à AMRPB é “superior a meio milhão de euros e em 2024 foi de praticamente 505 mil euros, ou seja, há prejuízo, porque os munícipes pagam perto de 50% dessa fatura”, pouco menos do que 250 mil euros.

Para já, nesta primeira fase, Vouzela ainda não abranja a recolha doméstica, “embora muita gente já o faça para aproveitar para os seus terrenos e animais”, uma vez que estes biorresíduos serão reaproveitados” pela AMRPB.

“Serão transformados em composto orgânico, em fertilização dos solos ou utilizados em produção de energia elétrica. Com o cumprimento destes objetivos, espera-se maior sustentabilidade ambiental e redução no valor da fatura”, desejou Carlos Oliveira.

No total, estão previstas 227.448 recolhas, sendo 2.615 de utilizadores não-domésticos, em 838 estabelecimentos nos 19 concelhos, e 199 de utilizadores domésticos, em 930 habitações de sete municípios.

A Associação do Planalto Beirão é constituída por 19 municípios: Aguiar da Beira, Gouveia e Seia, no distrito da Guarda, Oliveira do Hospital e Tábua (distrito de Coimbra), além de Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela (distrito de Viseu).

VFM / RJC
2025-03-21